18 horas - Morte e desespero. Choro pela derrota. Chorei a noite toda... precisei de muita fluoxetina... que quase não faz mais efeito nenhum em mim... não importa a dose que ponho pra dentro.
Os olhos estavam embaçados como sempre, sentia-me sufocar... não conseguia distinguir onde estava. Não sabia mais se era sonho ou realidade.
Saí da cama, tropecei em corpos... corpos vivos se contorcendo no chão do meu quarto. Quem foi que os deixou entrar?
Acabei perdendo totalmente o senso da realidade, perdi o controle... do
que entra em minha vida, em meus pensamentos e, agora, do que entra em
meu apartamento.
Instalou-se o caos dentro de mim... estou no olho do furacão, a tempestade me arrasta com ela... a vida não deveria ser assim. Vida assim não é vida. É o próprio inferno... com um agravante: amanhã tenho de estar bem pra trabalhar, encontrar com minha mãe, sorrir para a minha secretária.
No inferno apenas sofrerei muito, mas pelo menos não terei de fingir que está tudo bem, quando nada está bem.
Agora? Volto pra cama e espero o amanhã chegar.... torcendo pra que não chegue nunca.
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