Começo da tarde - me dou conta de que tudo o que menos importa é que horas são. Dependendo do lugar do mundo onde estou, o relógio marca uma hora diferente... porque o Sol está numa posição diferente.
As estações são diferentes, do lado de cá do oceano. Eu sou exatamente eu. Não importa em que lugar esteja.
Olho no espelho... odeio o que ele reflete. Odeio mais o que ele refletirá no futuro: uma invasão implacável, certeira de fios brancos em minha cabeça... uma invasão de sulcos cada vez mais profundos em meu rosto.... lentamente essa invasão já começou: arranco sem dó dois fiozinhos brancos que timidamente se escondem entre os cabelos escuros. E sei... chegará o dia em que meus cabelos cometerão suicídio coletivo... então já vou adiantando a morte de alguns.
O tempo age incomplacente, inexorável, inflexível.
E o corpo cada vez menos flexível. A mente cada vez mais calejada, empedernida, curtida e calosa.
Olho pra dentro dos meus olhos... um vazio enorme olha de volta.
E agora, esquecer quem eu sou e aproveitar a vida....'porque o que se leva da vida é a vida que se leva'.
Pelo menos disso eu tenho consciência :(
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